terça-feira, 17 de março de 2015

Com carinho, Sofia.


O dia que te avistei correndo na areia macia da praia de Copacabana desejei imensamente ser mar. Desejei imensamente me transformar numa Onda potente, dessas que os surfistas se vangloriam e te banhar no Calor dos 40º. Passou por mim e sorriu majestosamente. Mostrou ali, para quem quisesse ver, a melhor curva de uma mulher! Desejei ser a canga estendida para você repousar. Tirou os óculos, desejei seu olhar. Garotas passavam para lá e para cá com seus biquinis ou então poderia até dizer, a falta deles. E quem ligava para elas enquanto você amarrava o seu coque todo bagunçado do meu lado esquerdo?  Vestida com uma saída de banho branca, tão contraditório, você havia acabado de chegar. Ou então, irônico... Assim que a vi, parecia que você já estava ali por horas e horas.  "De onde você é?!" Perguntei em forma de expressão facial ao levantar uma sobrancelha. E você ganhou. Levantou as duas -uma de cada vez, diga-se de passagem- Tentei fazer o mesmo mas é óbvio que foi em vão. Rimos. "Coordenação Motora nunca foi o meu forte" disse ao tentar me explicar. "E qual é o seu forte?" Perguntou ao deixar escapar um sorriso de canto de boca. O meu rosto febril da cor do por-do-sol, a boca mais seca que a cantareira, o coração mais rápido que os gols da Alemanha em cima do Brasil e toda a cena em câmera lenta. "Ficou sem graça?" Insistiu.  "Qual o seu nome?" Questionei sem jeito. "Alice!" Respondeu de imediato. "Pois bem, Senhorita Alice, gostaria de me acompanhar até o meu apartamento para que eu pudesse te mostrar educadamente qual realmente é o meu forte?!" Arrisquei. "Você é louca...." "Sofia!" Continuei. Loucas éramos nós duas juntas. Louco foi o destino de fazer com que nos trombássemos assim, tão jovens, tão sedentas, tão poéticas. A história ficaria linda se eu a terminasse contando sobre os nossos filhos, sobre os nossos netos, eu sei... Mas ela não passaria de uma clichê história fictícia. Alice não passou de um caso de verão. Não passou de uma paixão que me despertava um desejo fervoroso... Mas acima de tudo um desejo honesto. Por isso, Alice nunca passará despercebida por entre minhas poesias. Nunca passará despercebida quando eu olhar para o mar... Para as flores, para as cores desse mundo. Todo momento que vivemos e nos entregamos Cem por cento para alguém... Todo momento que mergulhamos de cabeça no infinito que é o AMAR ele sempre nos servirá para manter a alma aquecida.... Mesmo que não tenha alcançado todas nossas expectativas. E por falar nelas, aprendi que são totalmente desprezíveis quando você decide viver ao invés de sonhar. Eu amo Alice e tenho certeza de que ela ainda lembra de mim nos dias de calor. E então, o melhor presente que alguém pôde me dar foi esse: O amor, a falta de cobrança, a honestidade e a lembrança. 

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