terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nua e crua.


- Hey mãe, sabe quando a gente está naquele calor embaixo do sol, quase derretendo... E bate aquele vento fresco?
- Ué... É um alívio...O que tem?
- Ô mãe, sabe nos dias de frio fortíssimos, quando a gente fica debaixo do cobertor quentinho e ainda toma chocolate quente?
- Hm... É a coisa mais confortável do mundo, a gente não quer mais sair... Mas porque dessas perguntas aleatórias?
- Sabe também quando a gente fica sentada nas nuvens mamãe? Brincando com as fadas e borboletas pelo céu azul ou então apenas rolando na grama verde, feito uma criança brincalhona?!
- Nas nuvens? Fadas? Filha você está bem?
- É que outro dia você me perguntou o que eu sentia por ela, e eu não soube responder. É assim que eu me sinto todos os dias quando estou com ela mãe! Quando nossos corpos se entrelaçam a minha alma ilumina mais do que esse pôr-do-sol está iluminando nossos olhos agora!
- Você está apaixonadamente bêbada, cuidado pra mais tarde não cair do cavalo.
Meu corpo mecânico puxou a rédea do cavalo que inclusive o fez relinchar e mamãe continou:
- Você entende tudo ao pé da letra né, menina? Vamos voltar ao Galpão porque já está escurecendo.
- Vou ficar por aqui! - Disse empolgada.
- Porque?!
- A estrela cadente vai passar e eu vou lançar energias em um pedido:
- ?
- Eu quero tê-la para sempre!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Decisão nem um pouco precipitada.


Você tem que parar de falar...
Você tem que concretizar.
Você tem que se formar em uma faculdade.
Você antes disso, tem que escolher um curso:
Jornalismo, História, Artes Cênicas, Educação Física ou fotografia...
Qual escolher em meio a tantos que eu gostaria de fazer?
Pai, Mãe, Patrão, Amigos, Namorada
todos cobram: Ajudam em nada!
Conflitos internos que me perturbam:
Medo, Dúvida, Insegurança
São todos juntos me embalando em uma dança.

Por favor estranho, desligue a música porque eu ainda sou baixinha e não alcanço o botão!
Por favor estranho... Você mesmo que é alto e alcança o rádio, provavelmente você também alcança a janela, abra para mim! Eu quero a luz! Você pode me ajudar?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

/offforeverforyou.


É uma dor que me visita todas as semanas pela noite,
Vem devagar como uma leve brisa e vai preenchendo todo o meu ser...
Acaba comigo com a força de um furacão.
Furacão interno que derrota a minha alma, a coloca no chão jogada aos prantos.
Superficialmente ainda há sorrisos nos lábios mas pra quem sabe sentir com o coração não se engana: Não sou feliz desse modo. EU NUNCA SEREI.
- O que você faz para conseguir o tão esperado alívio e recomeçar o dia?
Eu desligo a música depois de ter chorado até pelos pulmões achando que já foi o bastante, e que eu não preciso mais disso... Passa uns dias e lá estou eu novamente, na mesma -ou pior- situação.
Eu desligo a música querendo desligar todos os sentimentos dentro de mim.
Eu desligo a música querendo te ligar e não sendo eficiente neste ato.
Eu desligo a música querendo me desligar.

/offforeverforyou.

Auge noturno.


Não sou vampira pois não preciso disso para sobreviver
Todas as noites quando sugo o teu sangue
Agora vou lhe contar:
É por puro prazer.
Prazer que aumenta ainda mais quando suas energias se esgotam e você pede pra parar:
- Amor, está doendo!
Nem com aquela bendita voz de bebê pidão eu consigo te soltar...
A brincadeira acaba quando você desmaia nua e pálida em meus braços trêmulos que a colocam na cama, enquanto minha boca ensanguentada sobe do pescoço até sua testa lhe dando um suave beijo:
- Boa noite cinderela.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Quando o drama toma conta de mim...


Não suporto a dor que tu me causa.
Fere, machuca e tortura:
Seus almoços com outras meninas,
Sua preguiça de vir me ver....
Pra você é tempestade em copo d'água
Pra mim é tempestade de canivetes em meu ser
Corta, sangra e desmancha.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lembranças...


O caminhão de gás passa até hoje e sua música ainda é a mesma de doze anos atrás.
A música me trás um certo tipo de nostalgia e me perco dentro de mim em memórias passadas. A vovó era viva, mas a diabetes já havia lhe tomado a visão, mesmo com muita dificuldade ela tentava desenhar gatos numa folha de papel para me interagir.
- Vovó, a cabeça do gato está na barriga dele!
E ela ia fazendo vários até sair um mais certinho para me satisfazer.
Ela não enxergava mas ouvia muito bem, como por exemplo, quando eu corria apressada e amedrontada para seu joelho na varanda e ela dizia:
- É só sua mãe na cozinha com o liquidificador... Ele não vai te morder!
Ela não enxergava mas era bem espertinha! Pedia para eu pegar água do filtro pra ela, mas a da torneira era mais fácil, já que eu era baixinha, mas ela sempre sabia quando eu pegava a do lugar errado!
Na sua última fase encarnada, ela ficou um tempo internada no hospital...Vovó não me enxergava mas eu ia sempre enxergá-la... Bem de longe! Eu era muito novinha e não podia subir até seu quarto no hospital, então ela ficava abanando a mão e sorrindo na janela, enquanto eu, lá embaixo, ficava com meu binóculo vermelho que guardo até hoje.
E se alguém lhe disser que as coisas mudam, acredite, pois agora vovó me enxerga enquanto eu apenas a sinto!

ps: Primeira foto minha que coloco em uma postagem, wooh-hoo.