segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pro cê entender.


Mas uma coisa é fato: Esqueço suas meias verdades quando encaro seus olhos de lua cheia. Parece interessante mas peço por favor, abusa mais de mim não, morena. Larga dessa ideia de ser pipa. Voar pelos ares e continuar presa no meu carretel. Cê hoje me diz que é amor mas amanhã sei que o vento já vai ter assoprado essa e todas as outras palavras sussurradas mas óia... Só acredito pelo seu olhar iluminado. Finjo não acreditar que é pra ver se tu desiste de dizer. Desistiu de falar e deu-me foi um beijo. Se os olhos são Lua Cheia a língua eu diria ser Estrela Cadente. Pra cada beijo emano o mesmo pedido. "Sinta-se em casa e case-se comigo"

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Guerreira da paz.


- Conte até três e abra os olhos! - Sereno disse o mestre  ao tirar a venda dos olhos da menina.
Ela respirou fundo ainda de olhos fechados e deixou transparecer toda sua euforia na força de suas palavras: - Um.... DOIS.... TRÊS! - Deixou que suas pálpebras abrissem como num estalo junto com sua boca num gesto de espanto. Dobrou as pernas ajoelhando-se na grama aveludada "Que lugar fantástico!" era o que berrava interiormente. Lágrimas percorreram sua face ao avistar uma forte e enorme luz branca descendo em sua direção e em volta de todo o ambiente, entre um enorme lago e várias árvores, haviam luzes roxas e amarelas. O seu mestre que observava a tudo com muito amor no coração sem se preocupar se sujaria sua bata branca ajoelhou ao lado da menina e a abraçou ternamente ao dizer:
- Guerreira iluminada, é com muita alegria que entrego você para seu verdadeiro lar. Sua verdadeira morada. Você que sempre teve um coração muito bom para todos os irmãozinhos no qual esbarrou em seu caminho a partir de hoje continuará seus trabalhos na espiritualidade. Orai e Vigiai sempre minha filha.
Como numa explosão de alegria colorida a menina flutuou através da luz divina e desapareceu no céu azulado. O mestre levantou-se orgulhoso por mais um trabalho cumprido e fechou os olhos em agradecimento por ajudar a formar mais um discípulo de Cristo que trabalhará a favor do Universo Cósmico.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Ou seria um tesouro?


Sou tantas coisas. Pena que não sou o que queria ser. Um submarino! Mergulhar nos oceanos mais belos. Encontrar estrelas do mar, passar por entre Sereias. Apreciar de fato a vista encantadora e no interior permanecer intacto. Nem uma gotícula de água se quer pra invadir minhas profundezas. Concordo que ser invadida na maioria das vezes pode ser demasiadamente empolgante porém hoje vejo-me como uma esponja. Apenas mais uma dessas esponjas que absorve toda a água e fica completa até alguém decidir apertar na tentativa frustrada de secar. Sou uma esponja abandonada entre Sereias e Tubarões e o meu maior medo é de que ele me encontre primeiro.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Samba pra mim, sim?


Arrasta essa saia longa pro meu lado mas continua com esse samba nos pés, menina! Esse movimento de arrasta sandália no ritmo do batuque tá é bonito de se viver! Pareço parada mas rodopio internamente e sem parar.
Tô alegre não é pela canção da Bethânia não é pela energia que essa moça exala no desfilar. Vontade maior que cair na tua dança e ser merecedora de alguns segundos de atenção não há. Droga. Não sei sambar. Mas sei pedir. Cê me dá um beijo? Mas essa morena me dá trela não. Apenas ri e balança a cabeça negativamente. Agora tenho é que dar um jeito na minha cabeça avoada que nem Buarque poderá consertar. Que fui fazer naquela roda de samba se num sei sambar? Que fui pedir um beijo se a morena não me leva a sério? O jeito é pegar um guardanapo e fazer uma poesia barata. Se num der certo? Serviu pro coração pular.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Escudo primordial


Quantos cadeados são necessários para não deixar o sentimento de afeto fugir por entre o vendaval? Porque de onde estou já o vejo chegando com toda a fúria. Parece até fera. Levará as flores que colhi durante a primavera, levará as poesias rabiscadas nos guardanapos. Não sobrará nada palpável, disso eu sei. Deixa-me com o afeto, pedirei. Coração de diamante, rico devido raridade, não aperta feito nó nem chora feito só. Haja o que houver, perca o que tiver, serás para sempre amável. Na ponte ou na Corte jamais temerá a morte pois viver é arriscar. Três cadeados alados torna um vendaval irrelevante. Ficará o afeto e todo o resto. -que sou-.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Almas prometidas.


O dia raiou e eu decidi que ao entardecer, partiria em busca da menina que desfilava pelos meus sonhos mesmo não fazendo ideia se era real ou ilustração perfeita da minha imaginação. Comprei uma passagem pra um destino qualquer e fui de encontro com a garota de cabelos ondulados e negros, tão compridos quanto a luz que irradiava.
Estava suficientemente frio a ponto de eu ter que retirar meu cachecol vermelho de dentro da mochila para colocar no meu pescoço mesmo após ter entrado no vagão do trem. Me pus a procurar a cabine que condizia com minha passagem num corredor que parecia ser infinito. Paredes em tons pastéis e quadros abstratos compunham o ambiente. E quem dava bola para os quadros com a imensidão de estrelas que aparecia a cada janela? Um quadro, uma janela, uma janela, um quadro. E quem mais se diverte sozinha dentro de um trem mesmo sem saber onde vai dormir quando se chegar a parada final?! Achada a cabine após 73 janelas e 72 quadros, joguei a mochila na poltrona maciça e despejei todo o cansaço do meu corpo na cama que aparentava ser confortável mas só que não. Antes em pé do que deitada em pedra, saí pelo corredor á procura de algo pra beber. Um chá de camomila cairia bem! Quantas histórias cabem dentro de um trem? Olhares existiam vários. Alguns mais sérios, enquanto outros, pseudos sedutores mas todos em sua maioria eram honestos ainda mais quando acompanhados com uma cordial abaixada facial e esticada labial. Como seria o seu olhar?  Por não ter nada a perder eu distribuía sorrisos. Meio sorriso, vai! Frio era tanto que meu queixo ficava a bater. Não houve cachecol que fizesse o corpo esquentar, tampouco o chá de camomila, que inclusive estava mal adocicado. Um arrepio passou por todo o meu corpo, poro por poro devido um vento que invadiu o corredor após alguém ter aberto a porta do compartimento do último vagão. E Quem foi o maluco que naquele frio teve a coragem de ir contemplar as estrelas?! Curiosa que sou, após a porta ter se fechado, fui espiar pelo vidro oval no meio da porta branca. O lugar era maravilhoso e era ainda mais claro do que dentro do vagão. Quem iluminava o local era a lua! Havia também bancos por toda sua lateral. Esperto era o vento que bailava com as flores. Uma moça de cabelos ondulados até o meio da coluna lançou um sorriso largo ao ver que eu a observava. Passos firmes e olhar convicto abriu a porta e estendeu as mãos sugerindo para que eu fizesse companhia a ela. Bela! Ainda mais bonita do que em meus sonhos arrancava-me suspiros, desses que nos deixam sem fôlego. Segurei seu rosto angelical ao percorrer lentamente o nariz em teu pescoço perfumado. Injustiça foi ela morder seu próprio lábio inferior. Mastigava-me a cada respiração ofegante. Engolia-me a cada gemida que deixava escapava sem querer. E sem querer eu queria mais. Eu a queria profundamente, principalmente quando sussurrou: "Que bom que és real!". E se antes andava sem rumo agora eu tinha a certeza de que o trem me levaria pras estrelas.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Vulgar é não sentir.


Dunas de Marrocos ou Becos na Grécia, serei pra sempre a sua garota perdida, mãe. A mesma que roubava flores da vizinhança pra enfeitar a cozinha, que chorava quando ouvia um "não!", que ameaçava fugir de casa quando ficava furiosa, que escrevia poemas no guardanapo.
Tempo passou apressado e convicto junto com as decepções que lhe causei, porém, a frase que sempre me dizia desde que me conheço por gente, ecoa pelo meu interior: "Nunca é tarde se ainda tocar no coração" e digo que todas as noites quando vou dormir, sinto teu abraço bem aqui, rente ao meu peito. Tu me acaricia e me ama demasiadamente todo dia que raia.
Perdão mamãe, por causar transtornos familiares. Por envergonhar a SUA família. Hoje pertenço ao Sol e as pessoas com quem esbarro são como bússola. Pra cada homem que deito na cama, invento um nome, uma idade e uma história, aliás, sempre fui tão criativa, lembra-se? Enquanto não sei quem de fato eu sou, sou de tudo um pouco, exceto completa.
Te amo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Desatino


Cegos ficam os meus olhos para momentos lastimáveis. Homem humilhando gente da mesma raça. Seres desprovidos de caridade. Lixo verbal diariamente espalhado pela cidade. Estou a ficar cega mas não muda. Jamais mudarei. Por isso grito. Escrevo. Vomito. Cadê a garota doce? Ficou cega mas não muda. Reserve dois minutos mas ouça o que tenho pra dizer. Pra te dizer: Estou aqui e não estou mais vendo as burradas de todos vocês. Sou cega mas não surda. Conta uma piada. Faça-me rir. Não ria de mim. Tampouco por mim. Cadê a garota do sorriso encantado? Costurou a boca. Costureira cega solitária. Agora também é muda. Muda pra lá. Não venha pra cá. Fica com esse retrato que tirei d'ocê comigo dos dias que eu era alguém normal. "Normal".

segunda-feira, 1 de julho de 2013

"Deve estar por aí ou será que nem me conhece?"


Fixava seu olhar nas gotículas de chuva na janela gelada e com seu indicador esquerdo riscava uma enorme estrela. Embora já tenha navegado pelos Sete Mares, não era uma estrela do mar, era uma cadente. Pedia porém, encarecidamente que sua vida não corresse tão depressa quanto a tal estrela, pois havia tanta coisa a ser feita que não deveria nem estar parada naqueles únicos minutos. Brilhar, brilhar, brilhar! Seu desejo explodia pelos olhos ao avistar o mar negro que estava o céu naquela noite. Sabia porém, que a escuridão era tão momentânea quanto a falta de estrelas, pois energias Cósmicas eram espalhadas por todo o universo diariamente. Sorria ao pensar gloriosamente que fazia parte do universo. Havia em seu nobre coração um punhado de luz que alcançava desde a rua de sua pequena cidade até a Galáxia mais distante. Deitou-se em sua cama nesse exato momento ao som de Beirut enquanto eu aqui (talvez ou não) do outro lado do mundo escrevo sobre as curvas perigosas do seu corpo angelical. Escrevo por não ter pressa da vida, ajoelho e emano meu pedido para que ele chegue em formato de sonho, onde quer que ela esteja e quem quer que ela seja: Espere por mim, menina.