quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

De onde e pra onde?

É uma quinta-feira calorosa, 25 de janeiro de 2018. A lua está imensa e reflete no mar calmo de Pernambuco. Eu poderia falar que o vento balança meus cabelos, mas estaria mentindo. Nada se move à não ser a água e as pessoas. Não me pergunte como cheguei aqui. Não que eu não gostaria de te contar, mas há partes da história extensas demais para serem escritas à mão, sentada na areia de frente para as ondas. Queria que você estivesse aqui comigo para dispensarmos as cartas. E não me venha com essa de que estamos patrocinando os correios, aliás, eles também entregam contas. E existem o quádruplo, ou o quíntuplo, seiláeu, de boletos a mais que cartas desoladas.  Eu havia me esquecido de como o mar tem a capacidade de me proporcionar paz. Estou ainda com a mochila nas costas, crê? Ficarei uns dias em um hotel aparentemente perto da casa em que morei quando criança. O único endereço que consegui. Espero que seja o certo. Que ainda tenha alguém por lá. Ou ao menos alguma notícia. Desculpe-me por sumir essa semana, principalmente agora que tudo estava dando certo, sou muito decidida em relação à onde quero e vou chegar. Mas a necessidade de saber de onde vim, de resgatar a minha raiz, grita estrondosamente. Esperei 27 anos para vir atrás do sangue do meu sangue e sei lá quantas vidas para te encontrar. Se tudo der certo, voltarei em algumas semanas... Se nada der certo..... Hey, pera! Já deu! Voltarei em algumas semanas, com flores às mãos e pães de queijo quente para o café da manhã.

Amo você.