sexta-feira, 29 de maio de 2015

A Viagem


Muito fala-se sobre o Amor... Errôneos ousaram dizer que ele fere, alguns piores que ele prende... Mas olhando para frente eu pude ver o quão libertador é esse sentimento. Refiro-me ao amor à tudo o que você possa imaginar.... Pois o amor verdadeiro se faz presente em todas as ocasiões. Ele estará presente até na hora da partida. Entenda...Deixar alguém ir embora e se sentir leve é poder emanar luz, mesmo que por hora, você não possa vê-la. Se ficar em silêncio em sua própria companhia, poderá senti-la. O vento entrando pela janela balançando a cortina e o piano que você preferiu deixar de lado para não remeter à lembranças passadas voltará a cantar doces canções. Quem passou para o outro lado não deixou de existir e não deixará jamais de ser importante. A saudade sempre irá existir em todas as estações do ano e que ela seja a saudade mais bonita e leve que você possa sentir. Dos sorrisos, das histórias engraçadas e até das brigas sem motivos que no fim acabavam em chocolate quente. O que liga uma alma à outra são os sentimentos (sejam eles bons ou ruins) Passar para o outro lado é como um colar de pérolas que solta, hoje estamos aqui... E amanhã? O espírito vive de ciclos e tudo serve de aprendizado. Sim, isso incluem os erros. Não emane energias pesadas para quem se foi. O pensamento cria forma.... Pense o bem! Queira o bem! Seja o bem! Vê?! Você já está sendo.... Você com o seu pensamento tem o poder de mudar situações... Comece por você mesmo. Ao se policiar, a pensar três vezes antes de falar algo... A pensar primeiramente com a alma e então, poder agir juntamente com os Guerreiros de Luz. E então terá a certeza de que você não está sozinho NUNCA. NUNCA esteve, apenas não estava aberto para tal discernimento. E é esse o amor real que estou dizendo... É aquele presente desde o seu acordar agradecendo por mais um dia, por mais que esteja visivelmente sozinho no seu quarto... Até o final da noite, onde ao olhar a estrela mais brilhante, se dará conta que o amor brilha setenta vezes sete mais. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Olhos em chamas


O meu desejo mais duradouro permaneceu em minha mente não mais que 24 horas. Medidas drásticas foram tomadas. Circos internos pegaram-se fogos. E eu queria mesmo é que queimasse. Nos dias atuais eu prefiro vivê-lo. Viver o meu desejo foge das minhas próprias expectativas, não é a mente que me guia. O meu desejo tem vontade própria, ele não pertence a mim, sou sua presa liberta, poeta incerta, garota dos olhos em chamas. Excedeu-se o tempo limite do pensamento rotineiro enraizado... O meu desejo alastra-se faminto tudo o que ele deseja eternizar. Um beijo vira chama, na rua ou na cama. O meu desejo formou cinzas de amor e o vento os soprou até você. Teu olhar me mastiga, me engole, me instiga. Sou tua hoje devido o desejo que corre pelo meu corpo e me arrepia poro à poro. E que o meu desejo também queira eternizá-la pois a alma que sempre foi eterna sussurra que o fim não existe para todo verdadeiro começo. E isso explica tudo o que deu errado anteriormente. Não explica?!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Sobre o poeta


O poeta guardou suas palavras para os dias chuvosos e no calor do meio-dia ensolarado calou-se num charuto barato. Não havia paisagem bonita, mas prendia-se nos detalhes urbanos. Os Pombos livres em cima dos fios eram mais felizes que as moças enfeitadas presas olhando vitrines. O jardineiro da Prefeitura sorria ao regar as folhas enquanto o homem engravatado passava cuidadosamente ao lado. Um cachorro quase morre atropelado pelo homem que dirigia ao falar no celular. Três Freiras passam falando mal do almoço presenciado no Convento "parecia comida de prisão". O que é a prisão, aliás? Questionou-se ao chegar a conclusão de que ele não sabe a definição da mesma. Ele nunca se prendeu a nada. Nunca esteve por mais de 3 anos seguidos na mesma cidade após ter avisado sua mãe que trilharia o mundo. Seus relacionamentos não foram duradouros, apesar de intensos. Seus freelas de fotografia garantiam sua comida, seu teto e o seu charuto barato. Quando precisava de um dinheiro a mais arriscava-se arranhando seu violão adesivado na vida boêmia que a noite lhe permitia. O nó na garganta apertava ao lembrar das palavras do pai "Volte apenas quando lançar um livro!" mas o poeta feito de dias chuvosos e nublados gostava em demasia do calor, apesar de calar-se diante dele. Sentia-se culpado da crise de seca que o País se encontrava e por não ter lançado um livro. O livro empoeirado de páginas vazias  compunha seu apartamento no sétimo andar... Um sorriso de compreensão explodiu em sua face após uma frase invadir sua mente "A liberdade de cada um é proporcional à quantas histórias ela possui" Ele não lançaria um livro... Mas um escritor com um bom feeling, certamente lançaria um livro sobre ele. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Ócio

Posso aparentar ser um pedaço oco no infinito vazio 
Mas ainda sim, terei uma cabeça pensante na existência que permeia a vida
O sangue correndo nos corpos frágeis humanos
As vezes servem para lembrar que a metamorfose existe e
Que o mundo gira enquanto você apenas o assiste.

Insiste

Pouco sabe-se sobre questões de sobrevivência
Amar parece complicado
Enquanto tudo é aparência
O garoto chora ao ver o sofrimento alheio
Você pode pensar que é errado sentir pena
Mas eu tenho dó do garoto
Ele chora de rir

Fezes verbais são gratuitas
E tem gente que paga pra ouvir
 Era da comunicação
Era uma vez.... 
Tudo ficção.

O rímel borrado

Restos de um batom vermelho no edredom

Não adianta ser livre

Sem saber voar. 







domingo, 10 de maio de 2015

We are the wild youth


Eu sou apenas alguém que vive a procura de sonhos preenchidos de vitalidade. Eu preciso me sentir viva e sou tão intensa quanto singelos vagalumes. Aprecio o real. Você, exatamente você... É o meu alvo instintivo em que arremesso as palavras perdidas, honestas e repetitivas. Humanas. Brotadas do  fundo do peito. Seria uma flor? A respiração quente, o olhar devorador, as mãos decididas apesar de educadas.. Era um combo completo de alucinógenos. Fecho os olhos e me vejo sendo narrada num filme ainda incompleto e sem roteiro: A viciada aguarda brevemente por mais algumas doses para que a overdose ocorra tão solenemente enquanto o corpo ainda quente transcreve a transparência optada pelo traje completamente nu. 

terça-feira, 5 de maio de 2015

[Eu não tenho um título decente, mas eu sinto]



- Eu te surpreenderia se te contasse que desde que começamos a conversar as coisas fluíram melhor por aqui? Que o pássaro canta mais bonito, que o barulho que o vento faz quando assopra as folhas das árvores é poético, que o céu ficou maior, que o formato das nuvens são mais criativos, que... Eu sorrio mais! Você se surpreenderia? 
- Eu não... Mas vejo de longe uma auto-surpresa, correto?
- Você não? - Encarei-a incrédula deixando fugir um sorriso abobalhado
- O ato de surpreender-se com alguma situação se dá ao fato de que você não esperava tal coisa... Eu sempre esperei por você... 
- Mas você nem me conhece.
- O único fato que me surpreende é você não acreditar em almas gêmeas 
- Acreditar no amor já é o suficiente para mim. 
- Então de uma vez por todas, pare de tentar achar explicação para tudo e acredite um pouco em nós.

Até as explicações mais longas terão os mais breves significados de existirem se forem comparados à algo que não cabe a você distinguir: O que faz o coração pular e o que não faz. 
Basta apenas sentir. Não procure sempre as raízes de tudo... Mas vez ou outra, deixe que o amor semeie aí dentro do peito inquieto.
Quando o coração bater mais forte, ao invés de procurar se faz sentido para alguém apenas agradeça por sentir. 





domingo, 3 de maio de 2015

Trajeto sem fim


Eu expliquei as peripécias dos Setes Mares e perplexa ela me fitou, tal qual olhos arregalados que berravam: Mas nós nem saímos da nossa ilha! E enquanto eu cruzava o horizonte com aquelas mochilas vazias que por Deus, Nossa Senhora, como essas nossas histórias pesavam. Estávamos felizes e o sol raiando ao nosso lado esquerdo nos fez mudar o caminho. Seguimos o sol. A câmera sempre em mãos, eu posso imaginar todo um roteiro para essa gravação sem ensaio. A garota respirando o ar puro longe da cidade caótica enquanto o vento bagunçava seus cabelos e ela insistia em deixá-lo arrumado para aparecer na câmera. "Não precisa arrumar, está bela assim!" Eu dizia enquanto ela ficava vesga e mostrava a língua "Agora é a hora que eu te peço em casamento no meio do trajeto vazio?" Ela riu... Achou que eu estava mistificando o caso. "Esse sorriso! É esse! Olhe para a câmera e finja que está feliz com o pedido que te fiz. Ou você não aceita?" Estávamos enfrentando uma subida ingrime. A moça que me deixou sem resposta estava respirando ofegante. "Podemos nos sentar..." Sugeri. Estávamos rodeadas por flores. De todos os tipos e cores. Pegou duas iguais e pegou a câmera da minha mão. Fiquei com as bochechas rosadas ao me deparar que a atriz agora seria eu. Chegou mais perto, colocou meu cabelo enrolado atrás da orelha junto com uma flor. Deu a outra na minha mão como quem implorava "Faça o mesmo em mim!" Acho que seria a nossa aliança. Peguei a flor e a câmera também para não perder o costume e enquanto ajeitava a flor em sua face e gravava com a outra mão o ápice da cena ocorreu: "Eu aceito me casar com você!" Suas covinhas coraram-se, enquanto os olhos lacrimejavam no silêncio que se fez por meros segundos. O sol... As flores.... As borboletas e pássaros.. O céu limpo... Todos eles juntos apareceram em cena quando eu soltei a câmera para atuarmos livremente no making of;