quinta-feira, 19 de abril de 2012

Viverei sem você.

Foi-se o tempo em que chegar bêbada em casa era rotina
Ou então que ficar bêbada na própria casa era comum.
Sobraram-me as garrafas pela metade
Ou então as garrafas que nunca foram abertas.
Apresso-me para escondê-las no baú da ex felicidade
Não para não ter vontade de beber e sim para nem lembrar.
Expresso minha tensão pelas minhas unhas
No caso, na falta delas.
Acalmem-se pessoas da platéia bufante: A vodka  que meu organismo sentirá falta hoje, mais tarde recomponho com o intoxicante.
Não se assuste mamãe: Foi só uma brincadeira. Traga-me o suco e puxe uma cadeira...Desde agora serei sóbria mas ainda falarei asneira.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Hey estranho: Eu gosto de viver!


Pensamos que somos tudo
Somos é nada. Somos um sopro: menos que uma gota d'água.
Queria acordar, não sabia o que estava acontecendo... Enchergava luzes coloridas e ouvia um barulho tremendo como se estivesse voltando uma bobina, uma fita ou algo do tipo.
Quero acordar! -berrava dentro de si- Mas algo era muito forte (ou ela que era fraca demais) e todo o conflito continuava.
ENFIM: Acordou aos poucos implorando pela vida:
- EU NÃO QUERO MORRER! EU NÃO QUERO MORRER! EU QUERO VIVER! POR FAVOR, NÃO ME DEIXE PARTIR!

E não morri. Sensação estranha essa de convulsionar. Você está consciente, só não sabe o que está acontecendo.
Tenho uma segunda chance e vou fazer por merecer aproveitando cada gosto, gesto, cheiro e afeto! Um viva pra quem quiser aproveitar comigo: Brindaremos a vida, pois essa é bem vinda!

Amém.

domingo, 8 de abril de 2012

Se digo em terceira pessoa do singular, reveja.


Dia 1:
Metade era menina feliz
Metade era palhaço triste
Uma parte era correta
Outra filha da puta
Positivo com negativo se anulam, não é matemática?
Vegetou o dia todo ao som de grilos na varanda.

Dia 2:
Já não se ouviam os grilos, até porque
Ela não estava mais na varanda
A Varanda que estava nela.
Numa parte não havia vida
N'outra também.
Estirada ao chão não se mexia...
Apenas o sangue derramado pelo pulso, escorria.

Dia 3:
Monstros foram alimentar-se de seu sangue amargo
Pena para eles, que morreram com o veneno que ele havia se transformado.
Anjos rezaram de mãos entrelaçadas por sua melhoria
A consciência estava de volta
A alma, ainda vazia.



terça-feira, 3 de abril de 2012

Miragem.


As poças não eram poucas na quadra enorme, minhas sapatilhas vermelhas sambavam nas águas frias.
O vento dava uma sensação de leveza em contraste com a falta de pureza.
A vista lá de cima dava pra um prédio antigo muito interessante de se olhar, bem que já haviam me dito isso!
A moça que eu enchergava ao meu lado tinha um sorriso muito doce,
nossas palavras eram incertas e tímidas.
O motivo que estávamos ali não sabíamos nem procurávamos saber mas que algo muito forte nos conectava não tinhamos dúvidas.
Fechei meus olhos ao sentir os lábios macios em minhas bocas decididas.
Minhas mãos trêmulas em sua cintura modelada queriam deslizar pelo seu corpo inteiro...

- Ô moça, a faculdade vai se fechar... Você vai ficar sozinha aí olhando pro nada? - Disse o faxineiro com certo tom de piada ao me ver pequena e sozinha perante aquela quadra enorme.

Certos sonhos não duram mais que alguns minutos. Balancei minha cabeça de um lado para o outro para ver se os desejos voavam com o vento. Peguei o caderno ao chão, agradeci ao faxineiro e desci as escadas que mais uma vez, como todos os dias, pareciam não ter fim.

domingo, 1 de abril de 2012

Ser preenchido de oxigênio.



Aliás, o que sustenta o ser? Já dedicou alguns minutos da sua preciosa -ou não- vida para tentar responder essa pequena pergunta?!
Qual seria o motivo pelo qual você não desiste de viver mesmo reclamando diariamente que o mundo é chato e amargo?
As pessoas banalizaram tanto a vida que reclamam dela da boca pra fora....Pois se fosse tão ruim assim qual o problema de cometer um suicídio? Falta coragem? É esse o ponto que gostaria de chegar essa noite, Queria chegar numa resposta pra um pensamento que mora em minha cabeça há tempos. Se falta coragem é porque há algo maior que a amargura da vida que tanto reclamamos... Mas a pergunta é: O que sustenta o ser?"
Nosso ser é sustentado por motivos diferentes que varia de pessoa pra pessoa.
O meu ser se apoia nas pequenas coisas: Sorrisos que chegam de surpresa, palavras ditas aleatorianente que me despertam emoções inesperadas, lembranças, toques, fragâncias, poesias durante a madrugada, nostalgia que me faz de morada.
Carrego comigo os valores interiores que são demasiadamente maiores que faces ajeitadas, maquiagens calculadas e unhas feitas.
Raridade infinita escondida por debaixo de uma face qualquer onde os olhares não são menosprezados mediante o que você possui no bolso, onde o seu afeto me afeta amorosamente ainda mais quando imagino sua lingua ao pessear pelo meu pescoço. Imaginação não sustenta desejos!
A vontade de viver que sinto de ontem em diante é mais forte que a dor da semana passada onde flores murcharam mesmo com ótimos jardineiros que trabalharam por tempos e se decepcionaram com o botão que se desfez antes de tentar desabrochar.
O ser que sou me sustenta. Satisfaz alegria d'alma e de mim não se vêem mais lágrimas, as mesmas que são derramadas apenas no canto da última poltrona do cinema escuro onde a primeira a cair faz em mim devotar o caminhar. Ninguém sabe, ninguém comenta. Hey, meu ser já está cheio! De espaço vazio.