sábado, 31 de maio de 2014

Gratidão


O contraste do espírito livre é a matéria fincada na Terra.
Mas já é noite e eu vou retornar pra casa sagrada
Os Anjos me dizem: Vem!
Eu Voo.

Desprendo os fios pesados
Mais leve do que nunca
É hora de trabalhar.

Corrente unida
Gritamos amor
Bandeira branca sempre ao alto
Levamos a paz.

Eu sou Luz aqui no Céu
E serei ainda, ao retornar.

Gratidão.






quinta-feira, 29 de maio de 2014

Talvez


Acordei com o coração acelerado e o pensamento em você. "Onde está o seu pensamento agora?". Desejo maior que eles se esbarrem entre os ares dessa madrugada fria não há. Ainda são três da manhã e eu fico me perguntando porque cargas d'água eu não consigo pegar no sono novamente. As pessoas são tão complexas... Por que é tão difícil admitir que estamos gostando de alguém? "Eu gosto de você, menina..."  Decidido! Falarei amanhã! "E se ela rir da minha cara?". Por que o medo insiste em nos deixar calados? Eu não vou dizer nada. Levarei flores e o que dê minha boca não sairá, ficará ao menos subentendido. A beijarei sem pressa e a fitarei fundo nos olhos... Porque tudo o que eu não digo, eu sei que ela sente. E o que da minha boca não sai, em poesia se transforma.

sábado, 24 de maio de 2014

"Mata mais do que bala de carabina"


Alguns vão chamar de sorte, outros de destino, enquanto eu prefiro não apelidar de nada. Não há rótulos que satisfaçam toda a proporção iluminada que teu sorriso compõe no meu dia. Hoje roubei o ar que você expirou docemente em direção à minha boca e enquanto meu coração palpitava algo bom, eu me perdia por entre seus ares. Eficácia em engolir com os olhos, parabéns. Deslizei por entre os olhares e me perdi um pouco mais. Pouco à pouco, com calma, nossos lábios enfim se tocaram. Ficamos sem jeito e rimos. Eu desviava o foco: parede rústica, pessoas passando, copo de bebida... Tudo numa tentativa frustrada de me localizar... Me situar. Uma conclusão foi adquirida e por bobeira preferi não compartilhar, mas era fato: Nunca teve tanto amor espalhado por aquele sofá preto. Foi com nossos corpos feito ímã e pensamentos ecoando a paz que me encontrei. Um primeiro beijo longo e arrebatador: nossas línguas expressando livremente o elo de um infinito num eterno presente. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Doce bailarina


Determine que a partir desse exato segundo você vai gostar apenas de quem tem amor no coração. Você diz que nunca teve muita sorte. Até hoje as pessoas quiseram te conquistar pra arrancar aquilo que você tinha de melhor, pra fazer com que você conceda a ela (e somente a ela!) as suas melhores qualidades. Tudo aquilo que foi pra somar positivamente, te arrancaram e você tragicamente secou porque nunca foi retribuída. Apenas sugaram e deram as costas quando ficaram saciadas. Responda agora, calada no eco que permeia teu ser: Quantas vezes você ligou sorrindo e desligou com cara amarrada? Quantas vezes te cobraram por algo que nunca foram capaz de demonstrar? Quantas vezes você vai estender flores pra quem não quer regá-las? Quantas vezes serão necessárias, menina? Pessoas com amor no coração são difíceis de encontrar, eu sei. Só não fique se enganando com falsos afetos. Carinho a gente encontra em qualquer esquina, sexo também... Carência não há de existir; Mas você insiste em se perguntar se ainda existe alguém que queira algo a mais que uma noite de farra. Alguém pra trocar os segredos, os problemas, e toda imensidão do lado bom. Alguém que não te sugue e dê as costas... Nem alguém que vá atrás de você apenas quando convier. Você deseja interminavelmente que peguem na sua mão, te fitem com olhar profundo e emanem no respirar todos os sentimentos presentes na alma. Não será preciso dizer nada. Você sentirá que finalmente achou a menina dos seus sonhos, e a melhor parte é que você estará acordada. Enquanto esse dia não chegar alimente-se dos raios solares que invadem a janela do teu quarto e seque essas lágrimas! Ame todas as estações do ano sem pressa, e não perca a fé, um dia a moça certa te puxa pelo braço e te convida a dançar a vida. "já te vejo a bailar..."

domingo, 18 de maio de 2014

possibilidade01


Dedos cruzados escondidos no bolso da calça de moletom cinza. Cinza também estava o dia... Nuvens encobertavam os raios solares. Estava tão nublado que nem parecia que você iria pousar na cidade novamente. Figa forte, coração fraco... Você sorriu enquanto caminhava a puxar a bagagem... E estava mais cheia que na ida. "Quantas histórias você trouxe na mala?" Uma relação indefinida baseada em amar sem rotular, e, como combinado as cobranças eram totalmente dispensáveis. Evitei perguntar. Deu-me um beijo e me abraçou forte. Derramou algumas lágrimas e disse estar com saudade do meu café. "Troco por um cafuné." Pensei em dizer, mas falar que também estava com saudade escapou dos meus lábios de imediato. Era verdade. O cheiro mudou um pouco... Mas tudo bem, muita coisa mudou por aqui também. A gente sempre muda. E embora haja a saudade de um colo pra se aconchegar todas as noites e ter sonhos leves, se faz necessário viver ao invés de ficar sempre a sonhar. Fantasiar é bonito, mas fantasiar em excesso é mentir...É forçar. As figas continuavam no bolso, "Não acelera, coração! Não acelera, coração! Coração, não se acelere!"  E obviamente, de nada valeram. O final da história sempre pode mudar, os nossos pensamentos também, até os trajetos... Mas uma vez que o coração sambar com um sorriso, não há figa que o vença. E como pula! A gente chega em casa e não diz nada.... Não há palavra alguma a ser dita. É aquela velha história de não força e fantasiar... A gente vive. A gente sente. A gente transborda paz entre lençóis e depois dormimos agarradinhas, só pra ter certeza de que os nossos formatos ainda imitam um quebra-cabeça finalizado. "Veja só, nem tudo mudou." 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Desce do salto e sobe o morro


Hey boneca, o sol está se pondo e os meninos vermelhos de barro disputam qual a pipa mais bonita no céu. 
Pés duros no chão quente, olhos coloridos que refletem brinquedos que voam. Peguei esse papel perdido no chão na tentativa frustrada de dobrar um aviãozinho pra um garoto de ramelas gigantes que não tinha pipa, mas ele teve que ir buscar o irmão mais novo na escola. Ele tinha aproximadamente seis anos e não tinha mais nada além de responsabilidades, ramelas e sorriso na cara. A caneta que sempre me acompanha guardada no bolso foi convidativa. Sentada na escadaria 8, pensei em algumas coisas pra te escrever.
Você não gosta muito da vida, pude perceber. O modo como ignora quem gosta de você é fruto da sua falta de amor próprio. Desculpa ser franca, mas leia até o final caso for capaz. O modo como deixa sua família em segundo plano, por baixo dos panos, julgando ser incrivelmente auto-suficiente... Repito: é tudo falta de amor próprio. Essa sua mania de se fechar pro mundo aguça em mim, uma vontade de abri-la. Rasgá-la! Uma vontade que grita pra te arrancar um sorriso honesto.  Eu vejo o que ninguém mais vê, boneca. Você é tão frágil e pode ser tão forte. Tem de tudo e continua vazia. Ame a ti mesmo como eu a amo. Não precisa me amar de volta, sei o quão difícil isso seria para gigante porcentagem de orgulho que ainda te domina. Apenas deixe-se levar como as pipas coloridas no céu. Elas enfeitam as ruas e colorem os olhos das pessoas. Eu a olho, tudo ficará colorido e estará tudo certo. Se tiver o mínimo de coragem possível, pode sussurrar-me seus medos mais profundos e te direi detalhadamente como perdê-los. Ajudarei passo à passo e voltarei pra casa. Apenas saia da sua mansão inquieta, morena.... O centro é caótico, a periferia poesia. 

sábado, 3 de maio de 2014

45 min.


No que você pensa quando tudo dentro de você parece estar destruído? Pra quem você corre quando precisa de um corpo quente que acalente a tempestade que permeia teu ser? Quem você julga ser bom o suficiente pra fazer com que você sinta algo? Sussurre-me como consegue.  Seu coração é petrificado. Não sangra. É seco. Eu estou quebrando a cabeça porque eu queria te fazer sentir. Queria te mostrar como o mundo pode ser bem mais bonito que um sábado trancada em si. As cores, as praças, poesias, amores. Queria que você sentisse minhas mãos geladas mais uma vez, e que dessa vez escutasse como o meu coração salta quando estou com você. Que você soubesse que todas essas batidas rápidas e descoordenadas, faz meu peito queimar. Você me faz ser contraditória. Mãos gélidas, coração em chamas. Mas você não deixou as janelas abertas, com cara de menina mimada, acabei voltando pra casa. Dei as costas.... E chamo em pensamentos por algo a mais que quarenta e cinco minutos no escuro. 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

"Meu pensamento"


A garota olhou pra mim por meros segundos e desviou o olhar. "Garota, me fita!" 
A garota andou em minha direção "Garota, pergunta meu nome!"
A garota ameaçou  sorrir. "Garota, sorria pra mim!" 
Mexeu nos cabelos. "Acaricia-me"
Estralou os dedos da mão. "Aperta-me"
P A R O U em minha frente
Roubei-lhe um beijo. 
"Afetou-me"
Deu as 
Costas.
Sumiu
no
corredor
vazio.
Esvaziou-me;