quinta-feira, 9 de maio de 2019

Extinção

A gente, bicho doido e complicado chamado humano. Bicho que se tá solteiro quer demasiadamente encontrar o amor da nossa vida. Que canta a música mais romântica em voz alta pra quem sabe, a nossa futura metadinha ouvir. Sem contar as vezes que ficamos horas falando para os amigos sobre a saudade de dormir juntinho, da sessão cinema no sofá e de ter alguém para te dar bom dia em todas as manhãs.
E uma hora a mágica acontece. Dois humanos se olham, sorriem instantaneamente. O coração palpita. Aí vem o primeiro beijo, os corpos se entrelaçando. Papos noite adentro, o nervosismo de conhecer a sogra, viagens, promessas... Amor.
A gente, bicho doido e complicado chamado humano. Bicho que se tá namorando parece não encontrar qualidades na outra pessoa. Brigas por meros fatos do cotidiano se tornam comuns. O jeito como passam a tratar um ao outro é indiferente. Um selinho aqui, sem sal nem açúcar ali. E  o humano reclama. Quer ficar solteiro, na maioria das vezes para beijar outras bocas, entrelaçar outros corpos. E a mágica acontece novamente, insatisfeitos decidem encerrar o ciclo. Não pode em hipótese alguma esbarrarem-se por aí. 
Outros corpos são tocados, outros lábios se encontram. Semanas depois, o  humano chora no bar e para os amigos. Fica com saudade dos beijos e afagos de quem partiu. Automaticamente esquece de toda a parte ruim do relacionamento.
Concluímos que a gente, bicho doido e complicado chamado humano, não sabemos exatamente o que queremos e o que sentimos. O único fato é: Se nossos atos continuarem na contramão de nossas palavras, em breve, o amor estará em extinção.