terça-feira, 14 de abril de 2015

Nuances


Somos sobras pseudo-perfeitas do que um dia já foi real e hoje num lapso de memória resolvi ser só.
Ao fazer as malas enquanto você se fazia de uma, juro, fiquei com dó. Amarrei uma flor artificial no seu cabelo enrolado ao ouvir um desenrolar de fatos. Ledo engano pensar que eu entendi alguma coisa. A flor amarela na sua cara pálida te deixou bonita. Quase pensei em passar mais uma noite. Mas o céu lá fora estava ainda mais bonito. Mais bonito e mais claro que você por dentro. Claro que não te falei isso. Longe de mim arrotar verdades... Aliás.. Verdades que não foi nem eu quem comi... Como as arrotaria? Um beijo na testa e uma dica "Faça a festa!". Encontrei a Ana no elevador e a chamei para tomar café na fazenda do Tião. Ela me ajudou a carregar as malas e riu quando eu tropecei antes de entrar no carro. Encontramos uma bar vazio no meio do caminho. Ah, óbvio, era terça-feira. Trocamos a Fazenda e o café quente por Blues e cerveja barata. Ana sorria de verdade. Parecia estar feliz. E eu disse "Ana, eu também estou muito feliz!" E ela me chamou umas trinta vezes de prepotente. Ao sair do bar, quem tropeçou foi a Ana. Acho que o frio a empolgou com a cachaça e enquanto ela batia os dentes a abracei rente a mim. Abri a porta do carro para ela entrar. E fiz uma coisa terrível no qual nunca fiz antes: Roubei! Roubei uma flor da Árvore da Rua e coloquei no cabelo da Ana. Ela não entendeu muito mas eu resolvi dizer "Uma felicidade real merece uma flor real" Eu estava feliz pra caralho e não precisei nem beijá-la. Amanhã vamos na Fazenda do Tião e depois de amanhã eu ainda não sei o que será de nós. Mas espero que enquanto juntas sejamos assim: Poesia sem fim. 

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