segunda-feira, 11 de março de 2013

"Melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo"


Entre uma poesia barata e outra feitas numa tarde chuvosa, optei por não mais escrever sobre o amor e muito menos sobre a  falta do mesmo. Tudo o que consegui foi rabiscar o papel e ainda pausadamente, levantando hora ou outra para preparar chá de camomila. Estranho ter essa sensação de que antes de vir pra esse mundo maluco passei demasiadamente mais na fila do amor ao próximo do que na do amor próprio. Acho que eu pegava a dose e já voltava pro final da mesma fila. Só esqueceram de avisar que o gosto era bom apenas na hora. Minha boca está amarga. Coloquei o dedo na goela pra tentar vomitar o que havia comido semana passada. Saíram as tripas mas não saiu você, estranho. Então vou para quinta xícara de chá acompanhada de alguns trovões caóticos. Minha gata começa a alisar sua cabeça na minha panturrilha e a miar descaradamente e aí eu me imagino fazendo o mesmo em alguma mulher toda vez que quisesse carinho. Hoje seria ótimo. O celular não para de vibrar devido o whatsapp lotado de amigos vazios me chamando pra ir pra balada. Não quero balada, não quero festa, quero carinho. Calma, eu não queria escrever poesias sobre o amor mas tudo o que eu penso é isso. Amasso o papel e jogo em direção ao meu notebook. Me dei conta que não troquei a imagem de plano de fundo. Droga.  Sexta xícara de chá e uma ideia: dormir! Banho tomado, dente escovado, ritual de escrever no espelho do banheiro com o dedo após fazer o mesmo de sauna, pijama de bolinhas, beijinho na gata, abajur aceso, ursinho de pelúcia (E daí?) e na hora de rezar adivinhem... Pedi amor. Amor pra esse nosso mundo que já o banalizou tanto. Amor de verdade, Amor que começa na alma e termina em boas atitudes. Amor honesto. Amor que soma. Amor que amadurece. Amor recíproco. Amor que não acaba com o passar do tempo, apenas aumenta. Porque a falta dele me corrói. E ainda cresce...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Seja bem-vindo, meu lindo amor"


Tu me vieste com um jeito pra lá de acuada, esbarrava os fios de cabelo entre o vento gelado e me fitavas timidamente ao estalar os dedos devido ao nervosismo clássico de menina encantada.
Não sorri de imediato pois por segundos me perdi em cada detalhe que minha visão me contemplara. 
Cachecol vermelho destacava-se na blusa de manga comprida branca. Seu sorriso destacava-se na multidão que por momentos parecia não existir. Não havia mais frio no meu peito quando meus lábios lançaram a ti um sorriso e tu a mim fizeste o mesmo ato. Menina, agora acho que já posso admitir que não tem nem uma vírgula que eu mudaria nesse dia. Foi tudo planejado por Anjos, meu atraso na aula, minha vontade de ficar sozinha sentada no banco do bloco D e seu desfile categórico em minha direção. 
Parou na minha frente e lançou um tradicional "Posso te fazer companhia?". E realmente, precisou perguntar? Não conseguiu sentir que eu exalava todas as minhas poesias dóceis por cada poro de minha pele apenas de ver suas covinhas? Nessa noite eu pude prever que nem tudo estava perdido pra mim, eu teria a você e isso é inteiramente, puramente, somente: verdadeiro.
"Será por toda vida?" - Perguntei; E aliás, você tinha que ver seus olhos iluminados, molhados, apaixonados quando eu cheguei pertinho da sua boca e senti sua respiração quente em meu nariz gelado. 
Que seu cheiro é o melhor sentir do mundo é um fato mas aquele beijo escandalosamente fervoroso como resposta de minha pergunta, garota... Foi o maior culpado da minha vida floral. Estar com você todos os dias é como caminhar pelas flores. Até o sorriso fica colorido.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Onde o sol não alcança.


Triturava as folhas secas com seu dockside vermelho sujo, no fundo do seu quintal-floresta, a parte predileta da sua casa.
Domingo, manhã, outono e seus passos circulares no ritmo da sua mente-moinho.
Ventania suave bailando com as flores, camisa floral amassada, face pálida, menina perfumada.
Triturava as folhas secas apenas para distrair os ouvidos do som que a perseguia quando tinha seus surtos, queria ouvir algo diferente que não fosse o seu coração explodindo em arritmia.
Doença, falta de crença, carência.
Apenas um metro e cinquenta e nove centímetros de gente, quarenta e oito quilos, nada atraente.
 - Ela não virá.
Ela não virá. -  Sussurravam seus fantasmas internos.
Deitou na grama úmida e despiu-se timidamente para o sol que penetrava poros adentro sem pudor algum.
Louca! Ela estava nua e louca tendo a certeza de que passaria a tarde inteira apenas com os raios solares e sua mão desajuizada mas por bençãos divinas:
A
Campainha
Tocou.
Levantou-se e em três segundos abotoou sua camisa ironicamente, pois sabia que não demoraria muito para arranca-la novamente.  Batom vermelho, franja bagunçada pro lado, chave do portão.
O sol fora desprezado com a chegada da garota que lhe roubara a paz.
Quis chorar de felicidade, quis abraçá-la pra nunca mais soltar, quis vomitar toda sua necessidade reprimida mas com a face bem serena, destrancou o portão e tudo que conseguiu fazer foi soltar essa frase quase que muda:
"Sabia que tu viria". - Estendeu a mão e conduziu a menina de vestido branco até um lugar secreto para fazê-la desfrutar de algo que nem o raio solar mais comprido e intenso pôde alcançar.
Neste dia percorreram várias Galáxias perdidas sem nome mas com rumo: Prazer, amor.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Intervalo de tempo que se inicia após o presente e não tem um fim definido.


Garota, a intensidade no qual  meu sangue corre pelas veias e meu pulso pulsa quando vejo teu sorriso é tão grande que nem todas aquelas estrelas que avistamos no dia em que ajeitei o colchão no quintal dos fundos conseguiriam expressar tal branda imensidão.
O vento corria depressa levando seus fios de cabelo aos ares em contraste com o tempo que por minutos ficou parado em prol do nosso amor.
Necessidade maior que acariciar tua face e sussurrar ao pé do teu ouvido o quão linda tu estavas com aquela camisa branca larga de linho era apenas dizer que a nossa vida poderia ficar ainda mais bonita se você apenas permanecesse eternamente onde estava naquele exato momento: dentro de mim. Entrando por cada poro.  Exalando cada bela flor que existe nessa vida. Faltou foi coragem para render-me com palavras expressas e a noite mais uma vez terminou com a fúria do meu olhar engolindo-te por inteira enquanto tu com a mesma leveza de sempre disse-me: "Subentendido, por favor."

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Há uma voz que canta, bailando no ar.


- Quero ser poeta!
Não basta escrever essas merrecas no meu blog solitário.
Quero ser no olhar
Quero ser no ser!
Berrar Leveza e levar tristezas embora. As suas. As dela. 
Colecionar sorrisos nessa minha gaveta empoeirada interna e interagir de braços abertos com o mundo. Para assim, dessa vez sem medos, mergulhar no oceano da minha essência a procura de tesouros encantados e enriquecer-me eternamente em vossas lembranças.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ser; Aparentar;


És uma moldura refinada
Suas vestes majestosas com o libido do teu sorriso, seguraram-me por tanto tempo em um estado cegamente respeitoso.
Indas e vindas de descobertas,
Descobri algo que de fato sempre esteve ali: Diarreia Almática.
A moldura aconchega e embeleza
A arte: Uma desgraça.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sobre a conhecida:


Destruía corações. Não era por maldade mas a bondade não era um ato que a dominava. Até dava lugares para idosos em transportes públicos, ajudava com trabalhos voluntários nas instituições carentes, sorria para desconhecidos... Tinha os pés no chão e ao invés de pisar na grama amava mesmo era triturar corações. Sentia-se viva ao ver pessoas vivendo por ela. Não era falsidade, aliás, ela falava tudo o que realmente sentia, mas ela sentia as veias saltarem por várias gurias. Situação difícil que não sabia lidar, então pisava, destruía até os corações virarem cinzas, ajoelhava com o rosto em lágrimas rezando para o vento vir e levar.
"Leva, ventania, leva o pó para que me faça esquecer! Pareço má, eu sei, mas todo os amores que destruo também me fazem sofrer."