terça-feira, 16 de abril de 2013

E se o Correio não entregar, fica gravado aqui.


Amor, a princípio sei que irá se assustar ao ler essa carta, afinal moramos tão perto ou então eu poderia usufruir até mesmo da tecnologia ao te enviar um e-mail ou então uma mensagem no whatsapp. É que a carta me soa como algo mais real uma vez que você poderá segurá-la enquanto dorme sabendo que ela carrega todas as energias que meus dedos estão transmitindo no momento em que a ti escrevo. Esse borrado de caneta é a lágrima que escapou de leve pelos meus olhos e sabe, amor... Essa gota já não é mais de dor. Tampouco essa carta. Ela é apenas para despertar sua consciência para a realidade de que ainda amo a ti. Agora de manso, sem cobranças. A saudade do seu abraço se esparrama, deita e rola na minha alma que suspira boas energias a ti, todo dia que raia. Toda noite que brota no céu. Toda nuvem que se forma. Toda chuva que se torna.
Assim eu mergulho e me molho nesse mar de certezas. Uma certeza que tive após um Anjo Iluminado sussurrar para mim: "O que é seu está guardado ali, como numa caixinha. O momento não é propício para se prender e sim para alçar voo aos céus, por isso boneca, voe... Ame! O amor em si é sublime, é equilíbrio e só faz bem." e é por isso menina que toda noite fecho os meus olhos molhados de saudade, sorrio ao pensar no seu sorrir e digo baixinho, ao pedir que tu me escute: Obrigada, obrigada, obrigada!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Voo de leve, como a brisa da noite.


O mundo é um mistério. A vida, um eterno equilíbrio entre se encantar e desistir e já dizia minha mãe: "Você menina, é uma sonhadora desequilibrada".
Posso jurar de pés juntos e mãos ao alto que essa frase não fazia muito sentido pra mim até hoje mas descobrir, entender e aceitar a alma que berra dentro de você, conhecer as suas próprias verdades dia após dia, fazem parte dos mistérios inexplicáveis que esbarramos ao longo de nossa jornada.
Pessoas que precisam dormir para sonhar com algo doce, apenas lamento.  Sou dessas que sonha acordada, que se encanta por pessoas de sorrisos poéticos e olhares honestos por mais que elas não existam. Poderei criá-las, conhecê-las, tê-las, amá-las e nunca deixá-las. Poderá haver desavença, poderá haver alterações de personalidade, poderá querer partir e de fato o fizer mas aqui dentro, meus sonhos e encantos são como a luz do luar: Vai embora, fica um pouco ausente e volta como quando em dias de lua cheia! Sim, como nesses dias que o abajur fica totalmente dispensável após o quarto se cobrir com o manto branco que invade a janela.
Tolos são os que desistem de ser feliz devido a falta de amor alheio. Transborde paz, amor, luz e nunca, jamais, em hipótese alguma: Desista! Rabisque, recicle, invente... São tantas as formas que o amor pode se manifestar que desistir seria burrice. O único equilíbrio que em mim se faz presente é a balança entre dar e receber, porque, meus caros, a vida de fato é um eco, semeie o bem e colherá frutos imortais do mesmo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Jabuticaba não fala: Berra!


O dia era um qualquer onde eu estava me sentindo uma perdida na cidade caótica. Carros passavam apressados, pessoas abriam guarda-chuvas para as mínimas gotas que pingavam das nuvens passageiras, pássaros buscavam abrigos, juro que reparei até na formiga que soltou o cisco de folha ao sair desgovernada. As gotas percorriam meu corpo e iam entrando por cada poro. Gotícula por gotícula e aos poucos eu sentia que de algum jeito minha alma estava sendo lavada. Queria entender porque todo mundo fugia das lágrimas das nuvens com as caras amarguradas e então me sentei num banco de madeira que dava de frente pra uma praça movimentada, a vista estava comum até o momento em que meu olhar esbarrou de raspão numa grande e farta árvore de amora. Sim, desses frutos roxos, doces e que só de lembrar saliva a boca. Não precisei pensar duas vezes para ir pegar as que meu deslumbrado (uh!) tamanho permitia! E acreditem se quiser, meu tamanho não me permitiu nenhuma amora se quer! Humildemente desisti e ao virar o rosto para ir de encontro ao banco solitário vi duas jabuticabas gritando! Não, não era uma árvore. Era uma moça dessas belas que eu só avistava em filmes de romance. Olhos pretos enormes que diziam mais que qualquer palavra. Diziam mais que a chuva. Diziam mais que as buzinas. Também disse com a boca: "Quer amora, menina?" perguntou ao ficar na ponta dos pés e arrancar uma . - Olha, posso dizer que nessa hora, ao analisar toda a situação em estado de êxtase e ter que processar rapidamente que uma moça dessas belas de filmes, com olhos de jabuticabas, querendo me ajudar a pegar amora numa praça com gente esquisita, sem estar com guarda-chuva e ainda estar sorrindo, porra, estaria eu, sonhando?! Ao morder a fruta, disse:
- Prefiro Jabuticaba. Dessas grandes e doces como seus olhos. 
- E quem é você? 
- Alguém que quer você. E você?
- Sua boca ficou roxa....
- Obrigada pela amora, me namora?
- Confesso que te achei maluca. Uma pequena saltitando pra roubar amora em plena chuva... Mas tenho que confessar também que amo o gosto dessa fruta e consegui pegar apenas uma... Então fique parada.
- Porque?

Beijou-me.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

"Quase sem querer"


A verdade é que nem se eu contasse a história inteira detalhadamente, com todos os pingos nos I's vocês iriam conseguir entender o motivo no qual passo o dia todo com o olhar iluminado, coração radiante e sorriso puro. Sendo mais sincera ainda, nem eu sei o motivo pra tanta felicidade. Ela não cabe mais no peito. Terei sim, que escrever sobre o assunto.
Cada parte de vida que compõe o teu existir aparentou-me ser tão ilusório devido a tanta perfeição mas que após avaliado em cores, a olhos nus, tive uma certeza: és real.
Como movimenta os lábios ao contar sobre o seu mundo. Como ficas a me fitar profundo me deixando completamente sem graça. O modo como pisca. Como andas. Como ri. Como respiras. Como roubava-me beijos na bochecha. Pergunto-me: Como podes existir? Fico surpresa por não ter apenas um rosto de boneca. O coração é tão doce quanto domingos ensolarados. Gosta de tudo o que eu gosto e diz até gostar de mim. É uma hora da manhã, gostaria de ir dormir mas tem algo que não me some da cabeça... Se eu a pedir hoje mesmo em casamento, será que ganharei um "sim" ?
O fato é que não passará de pensamento. Não passará de uma moça que encanta a todos apenas pelo teu existir. Não passará de alguém que desejo desde o fundo do peito, que agora exala os mais doces perfumes até a poesia mais bonita que eu poderia idealizar: Tu.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Doce tormento.


Não há janelas ou portas.
Não há um mínimo buraco para escape.
Não há nada disso dentro de mim.
Jamais conseguirei fugir. 

Não há monstros ou bruxas.
Não há nem se quer um assassino meia boca.
Não há nada disso dentro de mim.
Logo, por qual motivo quero sumir? 

Pecadora insana:
Sou meu Padre, sou meu Álibi.
Minha caça
É gente da minha raça.

Primeiro almeja e seduz
Faz amor em céu aberto
Come cada parte do corpo
Chora ao pé da cruz.

Assim que sempre fiz:
Degustava parte por parte sem nojo ou desdém
Canibalismo amoroso, felicidade momentânea
Porque todo final de amor, acaba em choro? 

Eu que mato. Eu que morro. 






terça-feira, 26 de março de 2013

"Você tem exatamente três mil horas pra parar de me beijar"


Que de fato estava frio o suficiente para ficar batendo o queixo o trajeto todo não há como negar. Não há como negar também que eu não sou fã do frio, como eu já havia lhe dito antes mesmo de aceitar sua proposta maluca de se esconder um pouco dos problemas. Seu cabelo ruivo pegava fogo em minha visão desconfiada sem saber o rumo que estávamos tomando. Um chalé no fim do mundo, longe de todos os lugares que eu já estive presente. Em sua volta, apenas árvores que não paravam de dançar na ventania que ecoava de uma cachoeira viva e brilhante. O rio refletia a lua, que por sua vez estava enorme. Só não maior que seus olhos verdes domadores de sorrisos. Você disse que seria tudo perfeito e quando abri a porta de madeira do Chalé, me dei conta de que não havia mentido. Lá dentro era tudo muito aconchegante. O sofá de couro marrom. Os móveis rústicos. Pétalas espalhadas pelo chão. No centro uma mesa com um vinho e duas taças. "Você me acompanha?" - Disse ao encher a primeira - Naquele momento eu tenho certeza que deu pra você ler a resposta pelo meu olhar. Ficou parada esperando a resposta ao sorrir e levantar uma sobrancelha. "Acompanha ou não?" Mas é claro que eu não iria dizer em palavras tudo o que meu olhar deixou transparecer. Peguei a taça que já estava cheia e levantei para brindarmos: "Que o nosso viver seja tão doce quanto seus lábios rosados" Beijou-me com vontade. Com desejo. Amou-me. Como nunca me amaram antes. Nos despimos e olha, posso até admitir que o frio já não estava mais comigo. De corpos entrelaçados trocamos sinceras energias. Pode soar patético e clichê mas sabe frio na barriga? Senti quase isso só que na alma inteira. "Ô, tu fica ainda mais linda com o cabelo suado e bagunçado sabia, ruiva?" Pra variar fui chamada de "boba" e então fiz jus ao meu apelido: estiquei meu braço ao chão, peguei minha calça  e do meu bolso direito tirei uma caixinha vermelha e aí sim, fiquei uma boba de primeira viagem segurando uma aliança de compromisso, sem saber o que dizer enquanto você esperava eu tomar alguma atitude mesmo sabendo o que iria acontecer. "Você aceita ser apenas minha?"  Você tinha que ver como seus olhos ficaram ainda mais verdes molhados por amor. "Eu já sou". Cantei: "Você tem apenas um segundo pra aprender a me amar, você tem a vida inteira baby, a vida inteira pra me devorar". Então, foi depois desse dia que pela primeira vez, digo convicta: Eu sou sortuda pra caralho. 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Muita ausência cria indiferença.


Perdeu a vida tentando ganhá-la
Derreteu-se em pranto profundo
Lastimou-se por toda eternidade
Podemos ter várias vidas,
Porém algumas chances são unitárias.
Perdoar não é esquecer
Amo a ti de longe
Sua presença só me fez adoecer.
Nem mais uma lágrima tenho a derramar
Por dias estive no fundo do poço
Amargo, frio e solitário
A duras e cruas, levantei.
Seu rumo agora, cabe somente a ti
Tenha como recado:
Pra matar um grande amor,
Primeiro há de partir.