sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Dizer já é contradizer.


A cama bagunçada com o lençol do avesso é um pretexto para deixar de arrumar o que me desarma. Não são apenas os olhos cabisbaixos que me vem aos pés e sim a infortuna pureza que toca desde o tornozelo até o último fio de cabelo. O quadro torto é pra culpar o vento impiedoso e inventado pelas cartas aos montes embaralhadas. Deito no chão gelado que é pra não sujar o tapete e acendo um cigarro que por ironia me remete ao fato de que não sei tragar. Tusso na tentativa frustrada de tirar a poluição que me invade a boca mas que bobeira, rio sozinha por meros segundos: já faz um tempo que não a beijo. 
Apago a luz pra dormir na escuridão e pra contrariar deixo a janela aberta que é pros raios solares me desejarem um dia bom e lembrar que a vida "é bonita, é bonita e é bonita!" 

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