sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ele também fere.


Esticada sob a grama lá estava a garota. Abriu os olhos. Focou em si. Sentou no chão. Desfocou do equilíbrio. Tontura!
Respirou em três contagens. Focou em si. Sentou no chão. Sorriu ironicamente: "Agora vai!" E não é que foi mesmo? Dessa vez conseguiu ficar em pé. Caiu foi a consciência um tanto que pesada em seus miolos crus.
A garota berrou por socorro quando relembrou do crime. O vento uivou ajuda. Seu corpo melado de sangue. O peito da menina caída ao seu lado também!
Uma ambulância talvez poderia salvar. Procurou o celular. Não encontrou, porque óbviamente perdeu junto com seu caráter.
Queria desfazer o mal feito. Queria poder consertar. Desistiu do celular. Achou o canivete. O mesmo inteiro ensanguentado. Respirou ofegante em três contagens. Focou em si: Perdoa-me senhor, por nem eu me perdoar... Dói muito mais em mim, não ter a quem amar.

Um comentário: