sábado, 16 de abril de 2016

Cartas em memória a quem já partiu


Agora eu deixo as roupas bagunçadas no canto do quarto sem ouvir resmungos, viro a noite com a janela aberta sem que haja surtos sobre possibilidades de entrar uma barata e tomo o final da Coca-Cola no gargalo. As ruas dessa cidade estão mais coloridas, as flores chegam a sorrir... Comigo não é diferente. Embora meus passos não sejam calculados são sempre em frente. Éramos estrelas perdidas no céu e hoje vejo: Sou a parte de um todo que não se reparte... Eu poderia ser um átomo! Eu poderia ser tanta coisa que não sou, mas não seria eu. Entre cantar de cornetas e mexer de maestros prefiro a calmaria real. O silêncio, o amor, a prece.  Prefiro esses dias em que me deito de peito aberto para o céu e enxergo tudo aquilo que antes não havia tentado. Com os olhos da alma te observo melhor e com todo o carinho te digo e repito: Vá brilhar Estrela.... Vá brilhar... Ilumina o céu de São Paulo até Belém do Pará. 

sábado, 5 de março de 2016

Recado aos terráqueos

A vida é curta e indiscutivelmente eficaz. Saibas viver e herdarás moradas melhores, viva um caos e estagne-se na injúria terrena. Agradeça à Terra sempre que te lembrares e a peça perdão pelas energias negativas que compartilhou com ela. A Terra é uma parte de nós.... Se emanarmos coisas boas ela terá uma maravilhosa saúde, se continuarmos sendo egoístas e pessimistas ela ficará cada vez mais doente... E não se engane: Nós precisamos dela tanto ela quanto de nós.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Transformação diária


Seja alguém admirável! A admiração não está sobretudo nos grandes feitos. Ela está primeiramente nos pequeninos. Esses que em sua maioria achamos que não tem muita importância mas que ao somar se resulta num ser admirável. Deixar a pessoa de trás que visivelmente está apressada passar na sua frente em um dia que você está tranquilo, devolver o troco que te foi dado a mais, devolver objetos achados que não pertencem a você, oferecer algo que você sabe que alguém precisa mesmo que não foi pedido "Você aceita um copo d'água?!", "Você está precisando de caneta?!"(quando você percebe que a pessoa ainda não preencheu a passagem e está chegando sua vez).
Não entendo como as notícias ruins são mais fáceis de serem espalhadas... Não entendo porque nos calamos diante das coisas bonitas que nos cercam... Ou mais especificamente... Não entendo porque não conseguimos enxergar o belo, reconhecê-lo e dar o seu devido valor. 
Não podemos nos fragilizar diante de tantas notícias catastróficas e tristes... Nem nos calarmos. Temos que vencê-las! Uma pessoa não pode mudar o mundo inteiro sozinha, eu sei! Eu sei!  Nem um País, ou uma cidade... Mas se no dia-à-dia algumas pessoas deixarem um pedaço de felicidade, de gentileza, amor e bondade por onde passarem sempre haverá uma mudança no dia de alguém. De quem recebe e de quem emana. Tendo em vista que a VIDA é a soma dos dias que temos... Transformar o dia de alguém chega a ser arrebatador! 
Hoje uma doce senhora desconhecida me sorriu enquanto eu deixei transparecer a minha correria (a mesma que me arranca e faz sangrar quando me tira o prazer de observar os detalhes rotineiros) E me disse "Não se apresse, não se apresse... Tudo tem sua hora independente dos ponteiros"
Nesse exato segundo pude ouvir o som dos pássaros livres e dançantes nas árvores, pude ver um carro parar na faixa de pedestre com o sinal ainda verde e ajudar a senhora que em seu tempo e com sua bengala atravessava contentemente a rua.



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Cinema


Garoto de cinema, pudera eu estar em seu roteiro... Fotografar, dirigir, estrelar. Ser a moça e também puta. Roubar a cena, fazer drama e despretensiosamente te levar pra cama. Admirar-te também por trás das câmeras: Com ou sem boina, sapato em tom pastel com meias pretas, camiseta desbotada e a barba por fazer. Olhos que dispensam holofotes... Claquete! A melhor parte do filme é o que está por trás dele... É o que ninguém pôde gravar, sãos suas mãos rudes insinuando hora extra noturna. É você de pau duro com a mão no bolso. É tudo aquilo que ninguém imaginou, nem mesmo você. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Her eyes


Os seus olhos normalmente muito tem a dizer. Os seus olhos glorificam a vida e me erguem num pedestal. Já me olhou de norte à sul... Seus olhares possuem bússolas corporais e também instintos espirituais. Seus olhos me fitam no escuro. Olhos que já me avistaram na sarjeta e também no mar. Olhos que já vi sorrir e molhar. Olhos que sussurram e berram. Queimam! Convidativos. Esperançosos. Doces. Simples. Encantadores. São pelos seus olhos, garota... Que os meus todas as noites em paz se fecham.  

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

%


Eu gosto da sua mentira 
Gosto da sujeira
Também gosto dos seus ossos e da sua carne
Eu gosto de poder dizer adeus sem remorso
De ir embora antes do amanhecer
Desculpa,
Eu não fico pro café.

Prefiro aparecer pela noite
Quando a saudade estiver me tirando a paz
Depois de ter te inventado um dia inteiro
Mesmo que seja para não fazer nada,
Ou quem sabe, dividir uma parte do teu travesseiro

Mesmo que seja pra me derreter
Com seus versos mais livres que estrelas Cadentes
Não é que eu te ache 100% mentirosa,
Talvez eu que só entenda 50%.

Volto amanhã
E depois
E depois do dia que virá depois.
Sempre seremos um
Com vontade de viver a dois.






quinta-feira, 17 de dezembro de 2015


Um dia uma criança me perguntou o que eu fazia sozinha no banco do parque, uma vez que havia balanço, escorregador, gira-gira e um montão de crianças. Eu tentei explicar que eu já era adulta e que estava ali apenas para ver a tarde passar e rabiscar algumas coisas no meu caderno. Então, ela me disse que iria "fingir" que estava acreditando e que se eu estava triste com alguma coisa eu poderia me desabafar com ela. Contou-me que adorava quando sua colega a ouvia choramingar quando seus pais brigavam ou quando estava aos prantos quando seu cão faleceu. Então eu me toquei que de adulta eu não tinha nada e que muitas vezes uma criança é demasiadamente mais madura que muitos engravatados por aí. Nós não precisamos fugir e esperar que passe. Nós precisamos encarar de frente, precisamos sentir a dor até que ela nos tome... Para então termos a consciência que nos queremos de volta e por inteiro. Precisamos vomitar o que não desceu bem, precisamos nos realinhar hoje para mudar o final do texto de amanhã. Que possamos ter a sinceridade e leveza das crianças sem deixar as responsabilidades adquiridas com as primaveras vivenciadas! Fé.