segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cordialmente honesto


Dizem que é acaso todo o descaso
Que tá escasso 
O excesso de amor
Dizem que é anomalia
O grito 
O choro
A dor
Falsos antropólogos
Verdadeiros robôs pseudo humanizados
Somos pedaços de carnes que sangram
E brevemente em pó viraremos.
Eternamente
Resta-nos amarmos
Pois este é o único excesso
Que nos faz morrer de tanto viver
E que nos da oportunidade de viver
depois de mortos.



segunda-feira, 16 de novembro de 2015

É dessa vez!


Todos nós fazemos parte de um sonho que alguém não soube viver. A culpa é da realidade ou de quem acordou? Aliás, ela existe? Insisto. Não existe! Resisto. O problema mesmo, é tentar achá-lo. Projeções expostas em nossas costas pesam a dor do que queríamos ter realizado com alguém mas paramos ocasionalmente no meio da caminho. Sonham alto e constroem edifícios em cima de nossos pés, decoram os ambientes, tudo minimamente detalhado, sem saber se a base comporta, ou no mínimo, se o projeto foi aprovado. E se cair vocês já devem saber quem seria taxado culpado. 
Todos nós fazemos parte de um sonho que alguém não soube viver... E todos nós temos a chance  de acordar alguém do um sono profundo. Beijos dóceis não socorrem apenas Princesas... Mudemos  o "Era uma vez" definitivamente para "É dessa vez!" seja lá o que for, mas seja o que você sente! 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Há um pedaço de beleza até no breve vazio

Então venha pois há muito espaço para você aqui dentro. Sou como o deserto, aparento estar vazia ao se olhar superficialmente e o calor se faz presente. Fique! Mais a tarde apresento-lhe o pôr-do-sol e te dou o de beber mas por momento apenas sinta o atrito dos seus pés no meu chão. Parece tudo parecido aqui dentro mas em cada duna há um vento, tudo em seu momento. Queira suar-te por aqui, não acanhe-se. Encontrarás espadas sagradas que conquistei ao longo dos séculos, não as uso mais, mas não queira mudar-me. Carrego ouro que as pessoas perderam pelo meu caminho, ou por vezes apenas os deixaram... Eles também não me apetecem mas pode deixar cada qual no seu lugar. Absolutamente tudo tem um motivo especial embora que em 99% dos casos não somos capazes suficiente de enxergá-los, senti-los... Amá-los... Por isso hoje eu sou assim, posso não entender o que você ao certo faz aqui, mas você faz! Explore-me, contraia-me, use-me. Que seja teu, cada grão de areia meu. Que eu seja minimamente capaz de te acalentar banhada em paz... Sutilmente sagaz... Pra depois ser ternamente feroz na luz do farol natural incrivelmente resplandecente lunar. Aliás, são as belezas naturais que mais me encantam, por gentileza, queira me dar um sorriso! 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Dia qualquer


O dente cravado no canto direito do lábio inferior te faz dentro de mim, ser superior. Enquanto seu olho esquerdo pisca convidando-me a bailar, sorrio e deixo a respiração se fazer atrasada. -Não, não a deixo mas ela insiste- Raios solares pairando no quarto através da janela, quadros minimamente tortos, livros e mais livros compondo o criado mudo e você também calada quieta, a me olhar. E me molhar. O vão do armário se fazendo notável, anotações recheadas de letras simétricas, pra mim um cenário de cinema, um roteiro particular... Ou então concerto musical com seus acordes vocais sussurrados ao pé do ouvido. Os pés ainda com meias pra fugir do comum, mas a gente por inteira logo ali, ora na cama, ora no chão, ora na rede...  A hora passa, o tempo para.... A gente voa. 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Aqui na Terra


Não vai adiantar olhar para trás e dizer que você não teve opção. Para tudo na vida temos no mínimo duas escolhas: Ir ou ficar, lado esquerdo ou direito, hoje ou amanhã, Sim, com certeza.... Não agora. Depois. É preciso ter maturidade o suficiente para dizer que não apenas seus pés, mas também e primeiramente as suas escolhas te fizeram estar exatamente onde você está. Suas escolhas o definem, quer você queira ou não. Se você não está feliz com a sua atual situação, assuma que o culpado é você e pronto. Sem chorumelas. A parte boa é que do mesmo modo que você chegou até onde está devido suas próprias atitudes é saber que todo dia é um novo dia e sendo "novo" temos a oportunidade de mudar o que ainda não está escrito da forma que queríamos. Não. Não dá pra apagar, eu sei... Mas ainda da tempo de reescrever, reinventar. Ainda da pra mudar o rumo. Ainda da pra virar pro lado oposto. Da pra abandonar o vilão e escolher o moço. Sim! Da pra terminar o relacionamento de 7 anos, pra mudar o curso no último semestre, pra procurar novas religiões, pra largar tudo o que prende o peito feito nó. Só não da pra mudar o que o nosso coração não quer... Não que você deva virar um escravo do que seu peito pulsa... Porém as vezes é preciso reeducá-lo. Razão e coração, na minha opinião devem andar juntos. Lado a lado. Completam-se. Ter um e não ter o outro é como ser um pássaro de apenas uma asa e por favor, me digam... Quem aqui em terra não quer voar?!   

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Apenas por obséquio


Eu não sei ao certo todos os meus planos, mas se não me engano, queria estar em alguns dos seus.
A gente ainda precisa ver o mar num final de tarde e reclamar da brisa que faz a areia voar nos nossos olhos. Precisamos ir ao cinema juntas e sair insatisfeitas porque mais uma vez, o vilão de dá mal no final. Garota, nós ainda precisamos fazer o cruzeiro que já comentamos, ir aqueles seus três museus prediletos, comprar dois pares de patins e visitar aquele boteco feio com cerveja barata que sempre passamos na frente mas nunca entramos.
Tem o show do Chico, da Florence e da banda Folk desconhecida na Avenida Paulista. Tem o bolo gelado da minha avó. Tem a gente pertinho, com os olhos sorrindo e os lábios dizendo "Aceito!". Tem a varanda do nosso futuro apartamento, as suas, as minhas e as nossas conquistas. Tem a gente dando bronca no Miguel, na Sophia e na Alice. Tem a gente. Tem vontade, sonho, desejo e amor... Até de sobra. Mas como eu disse, são só alguns dos planos... E por obséquio, gostaria que você apenas me acompanhasse e se rendesse de uma vez por todas à minha poesia. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Olhos cometa


Os seus olhos falam menos que suas palavras... Mas não posso deixar de dizer: Eles são profundamente mais honestos. Eles berram. Nos dizeres mais doces e sussurrados no qual me lançam seus lábios... São seus olhos que mais me alcançam. São eles quem me mastigam e que consecutivamente me engolem. Olhos castanhos brilhantes e extasiados. Seguem cada respiração quente na cama que se esvai quando estamos juntas. São seus olhos penetrantes que me (m)olham. São eles também quem me secam a cada movimento. Diante de seus olhos, garota, já fui de puta à freira e posso dizer convicta de que seria todas as vontades que existem dentro de nós... De domingo à segunda-feira.