quinta-feira, 17 de abril de 2014

Que venha o Quinto Ato e que venha sem pressa


Não me venha arrastando a pressa, já nos basta a corrida diária em que o tempo nos escraviza sem piedade. Prefiro que deixe de vir, então, criarei de imediato todos os nossos atos. O primeiro é quando chega na calmaria e me sorri instantaneamente. -Começa minha felicidade a virar um fato, mais rápido que um miojo- Eu também mantenho a calma. Desejo interminavelmente arrancar-te um beijo meio a multidão, mas pra quê a pressa? "No fundo do corredor à esquerda, madame!" O meu convite dá início ao segundo ato. Desejo interminavelmente beijar os seus lábios macios, naquele corredor escuro e vazio... Mas pra quê a pressa? Ficamos um tempo a nos provocar. Respirações se esbarram quentes. Um pouco de tudo o que passa na cabeça dela, um pouco do que berra na minha... Tudo calado, fundindo-se. O Terceiro ato baseia-se quando nossos olhares mesclam-se "Eu tenho medo de cair pra dentro...". Uma vontade interminável de lamber seus lábios e sugar tua essência pra dentro de mim. Mantendo sempre a calmaria, sou um vulcão quase em erupção! Eu não posso cair no abismo eterno daquele olhar. Desejo interminavelmente que ela caia em mim. Pressiono teu corpo contra a parede. Ela pressiona minha cintura ao encontro da dela e por eu não mais aguentar, começa o quarto ato: Nossos lábios selam parte do desejo que há em nós. Deslizo a ponta da língua delicadamente pela tua boca, enquanto meu dedo brutal, a puxa pelo cabelo. Sou um contraste entre o afável e o indomável. Ela não admite em palavras, mas o pular do teu coração, não mente...Ela gosta! Arrumamos os cabelos e por ora nos damos por satisfeitas! Somos amigas inocentes, ou se preferir... Um pouco mais que meras confidentes. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

Permita-se molhar


Customizar um amor corroído pela substância que há no tempo. Deveria ser atemporal mas fazer o quê?! Um dia o temporal sempre vem. Guarda-chuva pra guardar nossos corpos que não querem se molhar. Nos tornamos humanos secos, e então o redor é só sertão. Sertão, secura, há temporal, mas não há cura. Customize um amor, por favor! Aquele esquecido nos textos empoeirados e belos, pra que não sejam pra sempre esquecidos, pra que sejam renovados e ainda sim, nos permitam apreciar a leveza que trás o verdadeiro amar. Abandonar o guarda-chuva enferrujado, deixar de lado, virar pra um lado e achar a beleza criada. Criador e criatura: Somos amor, a culpa e também, felizmente a cura. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Let me Burn!


Queimando os meus neurônios com uma garota confusa. Uma bela garota confusa. Tua voz me rouba o ar e me queima. Há dias em que me irrito com o pular incessante do meu coração e tenho vontade de sair correndo do labirinto, enquanto tenho decorado na mente o caminho da volta. Há dias que eu deito na cama e deixo-me arder em chamas. Grito teu nome, ela não está. Ela nunca está. São só meras palavras cuspidas aos ventos. São só cócegas momentâneas onde se guarda o verdadeiro afeto. Foram só beijos trocados numa noite bonita. Era pra ser passado, mas é agora. É quente. É fogo e eu queimo. LET ME BURN! LET ME BURN! 
Deixe-me queimar tatuada em teu corpo... meio à gritaria do seu Heavy Metal eu só queria um lugar pra ficarmos em silêncio: Olho no olho, amor e nada mais. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dentro de nós


Não é necessário decorar uma oração, uma vez que você consegue se conectar com os Céus por outros meios. O relógio marca 17:43 e o céu está no ápice de sua beleza enquanto o sol se despede calmamente. Deitada na grama eu olho pro alto e sinto milhões de energias positivas que a Mãe Terra nos proporciona. Mentalizo a paz interior e ela educadamente, desliza por entre os pensamentos mais obscuros. Tudo fica claro, é claro! Quando se tem fé, se tem leveza e é aí que o espírito se sente livre e feliz, dando toda a força que nosso corpo precisa pra viver! Melhor que viver em paz, é conseguir transmitir o amor pela vida a todos à nossa volta. Dê meia-volta a dar sorrisos inteiros e sentirás ao longo da caminhada o dom que te clama atenção: Amar a todos os seres, sem distinção!

terça-feira, 8 de abril de 2014

Lacinho


Por tanto gostar de ti, poderia dar-te as coordenadas da minha mais profunda poesia interna, mas prefiro que a encontre sozinha, caso queira, é claro. É que desde a primeira vista, pude sentir através dos olhos teus, luzes que enfeitariam uma cidade inteira! E saiba desde já: Estais a me enfeitar! Quando vou dormir com os lábios esticadinhos, quando todas as pessoas ao redor se tornam invisíveis perante teu desfilar, quando amarras o cabelo pro alto, ou quando despretensiosamente fica a me fitar... Me enfeitas! 
Poderia chamar-te de laço mas laços soltam-se facilmente. Façamos assim, dar um nó nesse laço > dentro de mim. 

terça-feira, 25 de março de 2014

sinais


Em apenas uma hora, numa estação de trem, milhares de pessoas vão e vem. Muitas despojadas, algumas arrumadas. Tem as de face serena, tem também as que visivelmente não estão num dia bom. Por sorte do mundo, tem as de sorriso aberto que por onde passam, deixam suspiros encantados. 
E eu pensava em tudo isso sentada em um ponto de ônibus, sozinha. Eu não estava numa estação de trem, não haviam milhares de pessoas, mas de fato, eu já estava ali por um pouco mais de uma hora. Três ônibus perdidos. Um turbilhão de vontades guardadas ocasionalmente no bolso. Uma pergunta que martelava na cabeça: Quantas vezes vamos cair na mesmas armadilhas? E a dor de não achar uma resposta convicta comprimia o peito. E eu fico sempre nesse paradoxo entre o amor e dor. Eu pensava num sorriso gostoso e ficava feliz e outro pensamento me roubava a cena, deixando-me triste. Eu não sei de muita coisa. Sei que em apenas uma hora se passaram três ônibus. Três oportunidades de voltar pra casa. Deixei passar porque nem assim, me sentiria em mim.  Uma hora passa também toda essa dor. Uma hora passa um sorriso. E se todos esses pensamentos não passassem de meros devaneios, se de fato, eu tivesse a quem esperar... Eu perderia quantos ônibus fossem preciso. Mas estava a vir o próximo e quem vive de incertezas, automaticamente deixa de viver! Estiquei os lábios junto com o braço e subi no ônibus vazio. 

domingo, 9 de março de 2014

Mais pra lá, do que pra blá blá blá.


Cada um com suas particularidades, e eu, particularmente prefiro as suas. Gosto tanto desse seu jeito de valorizar cada momento, até os mais comuns como se fossem valiosos minutos. Quando toca uma música animada no carro e sua emoção transborda pelo olhar, é como se iluminasse todos os quarteirões a nossa volta, entende? Quando você chega sorrindo um mar inteiro de amor, e me molha com um beijo, mata minha sede da semana inteira. Não exagero quando digo. Peco por tudo que não te contei ainda mas já escrevi: Dos três filhos que teremos. Da rede laranja na varanda. Do jardim na entrada. Do dó, ré, mi, fá... Canções que não saberei cantar. Nunca soube, né? Nem cantar e nem sambar mas minha fé é bem grande, será suficiente o pouco que sei fazer: Escrever, rezar e te amar.