segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Vivendo


Esse texto vai ser um dos poucos verídicos no qual permito-me escrever. A verdade é que desde quando eu tinha meus sete anos de idade eu já compunha músicas para um amigo da família tocar no violão. Quantos foram os churrascos que aprendi logo criança a amar MPB, samba, e compor música?! Foram tantos e talvez uns dos principais motivos de me apegar às palavras até hoje. Criei cadernos de poesias que ninguém  lia. Ninguém fazia muita questão de parar alguns minutos para ver o que uma criança rabiscou em palavras. Desculpem-me, esqueci.. A professora de português além de elogiar e comentar sobre todos foi quem me disse: Não pare, menina. Obrigada, eu não parei. A verdade é que escrever faz com que eu me sinta viva. Nem tudo o que eu escrevo eu vivi, fato. Mas eu posso te jurar que TUDO o que eu escrevo eu vivo. Eu fecho os meus olhos e em alguns segundos estou exatamente onde eu queria estar, com as nuvens e raios solares nas posições exatas, eu escolho o balançar do vento, os olhares, eu escolho as sensações. Eu sinto! Eu invento a história da minha vida e ela acontece, mesmo que momentaneamente. No meu blog, quantas mensagens eu já não li o quão sortuda eu era por ter escrito um texto bonito. Não vou dizer que não são reais. Nem pensem nisso.... Eles são tão reais quanto a vontade que eu tenho que eles existam algum dia. Ou no fundo eu apenas desejava que alguém se encontrasse nele ao ler. Sendo mais exata: Que alguém enfim, me encontrasse. Quantas pessoas que não existem já me inspiraram?  Eu junto um pouco de cada coisa e transformo em algo maior. Eu pinto e bordo, e cara, de alguma forma me completava. Coloria. Nos textos tristes, que graças a Deus foram menores do que os banhado em vida, eu chorava. Eu chorava de verdade. Porque doía. Embora a maioria não seja 100% verdade, se eu escrevi é porque algo me incomodava. E a cachoeira descia pela face, arrastando todo e qualquer vestígio de maquiagem. Enchendo o nariz de ranho e o pulmão de vida: Mais um texto escrito. Essa sensação de me contentar momentaneamente funciona até hoje e em qualquer lugar que eu estiver. Se eu pegar uma caneta e um papel rasgado eu consigo vomitar o que eu sinto. [e também o que eu não sinto] Eu posso vomitar o que o mundo sente. Sobre os textos de amor, quando não eram já escritos para alguém que eu conhecia. (ex namorada, menina que esbarrei na esquina, mulher do filme, ou alguém que já tenha encontrado a olhos nus) eu escrevia para uma tal de morena e foram muitas as noites que eu desejei que ela estivesse lá comigo. Foram muitos os dias que eu sentei na grama, em um parque qualquer e desejei que ela estivesse lá, rindo meu riso, beijando minha boca, trazendo todo o amor que eu descrevia nos textos para o meu mundo real. Ela não precisava ser perfeita... Mas eu sempre dizia aos céus, quando ela vier, que venha em sintonia. Pessoas legais e reais, esbarraram meu caminho ao longo desses anos. Legais mesmo, de me fazer companhia, pessoas que me deixaram felizes e eu sempre serei grata a elas, mas achar alguém na mesma sintonia que você é tão raro. Alguém que te ame de todas as formas, pelo que você é, pelo que você não é, pelo que você gostaria de ser mas não é, pelo que você gostaria de ser e será. Então a morena se fazia presente na minha cabeça e muitas foram as vezes que falei para os meus amigos "Queria que essa morena do meus textos existisse..." A imaginação cria formas, está comprovado. A morena tão poética quantos os textos que eu escrevia sobre nós, existe! Um dia, uma garota veio puxar papo comigo, além de escrever esplendorosamente bem, ela me arrancou um sorriso de imediato. Aliás, além de ser uma morena maravilhosa, despertou-me para um interesse que já havia adormecido. A morena era diferente. Sabe quando você não consegue explicar? Não há razões certeiras para serem escritas. Eu só senti. Eu senti algo de verdade, por alguém de verdade e em perfeita sintonia comigo. Foi estranhamente bom. Tão rápido e intenso que fiz jus à minha tatuagem fútil no topo do braço. O abraço dela... Ah, o abraço dela me engole feito travesseiro de nuvem. Feito anjo eu durmo ali. Ela me xinga e me ama. Ela, assim como eu não precisa fazer mais graça com ninguém. Nos completamos do modo mais puro que possa existir. A gente soma e deixa livre, não é necessário aprisionar onde há confiança. E em mim, ela pode confiar. "Hey, morena... Confia em mim!"  Gosto quando eu acordo no meio da madrugada e ela está fazendo carinho em mim. Gosto quando surtamos de idiotices e nos zoamos por isso depois. Gosto do modo como ela tem fé na vida. É tão bonito vê-la falar sobre Deus e enxergar os seus olhos lacrimejando fé e gratidão que em todo segundo que nela eu penso, automaticamente eu respiro fundo, numa paz plena e agradeço mais uma vez por ela ter chegado no momento exato, na sintonia exata, no respirar calculado, no tato amado. Nós nos desejamos antes mesmos de saber que éramos reais e assim eu posso dizer que tenho certeza que encontrei a pessoa da minha vida. A pessoa que vou sussurrar, falar e se ela quiser, eu berro também, quantas vezes forem necessárias "Eu aceito!" 

2 comentários:

  1. "Nem tudo o que eu escrevo eu vivi, fato. Mas eu posso te jurar que TUDO o que eu escrevo eu vivo."
    Que bom que você não ouviu a sua professora. :)

    Beijos,
    Sorteio do livro “Movimento Tropicaliano”

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  2. Depois de tudo isso eu te pergunto: Não queres fazer parceria musical comigo? Se aceitas comunica lá no meu blog. Beijos.

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